Em campo, o Palmeiras não conseguiu o principal objetivo: vencer o
Flamengo. Empatou por 1 a 1, em Volta Redonda, e colocou o próprio
destino nas mãos dos adversários. Restou ao Verdão segurar as lágrimas -
de alegria ou tristeza - até o fim do jogo da Portuguesa contra o
Grêmio, no Canindé. Acabada a partida no Raulino de Oliveira, o time
entrou em um ônibus para percorrer a Rodovia Presidente Dutra de olho no
que o destino reservava: uma estrada com um oásis no fim ou o inferno
da Série B à espera em algum lugar entre Rio e São Paulo.
Após o empate, a delegação palmeirense ainda ficou em silêncio por
cerca de uma hora no vestiário. Choro, só no campo, de forma modesta. Os
jogadores ficaram quietos, cabisbaixos, sem reação.
- Já viram velório? Foi isso que aconteceu depois do jogo - resumiu o técnico Gilson Kleina.
O grupo caminhou para o ônibus com a expressão de quem perdeu realmente
um amigo ou parente próximo. A viagem seria de muita tensão. Afinal, o
time deixou o estádio às 20h, quando Portuguesa e Grêmio já se
enfrentavam no Canindé, com o placar de 0 a 0. Um empate já seria
suficiente para rebaixar o Palmeiras, que precisaria torcer como nunca
por uma vitória dos gaúchos.
Na Via Dutra, mais silêncio. Apenas as luzes de tablets e celulares
iluminavam o ambiente fúnebre. Todos acompanhavam pela internet o jogo
da Lusa sem emitir qualquer som. Parecia que, se alguém falasse, algo
poderia dar errado. O primeiro barulho veio quando a Portuguesa fez o
primeiro gol, aos sete minutos do segundo tempo, com Moisés. Em algum
lugar na estrada, entre as cidades de Barra Mansa e Resende, ainda em
solo fluminense, Maurício Ramos não segurou as lágrimas. Chorou como uma
criança. Caía a ficha. Em poucos minutos, não estava sozinho: outros
jogadores também choraram.
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