Área onde aconteceu o ataque tem placas inormando sobre perigo. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press |
Bruna e a prima Daniele Souza, 20, foram arrastadas por uma forte corrente marinha. Como não sabiam nadar, pediram socorro. Nesse momento, ocorreu o ataque. Todo o drama foi registrado por uma das câmeras de segurança da Secretaria de Defesa Social (SDS).
Bruna morava em Embu-Guaçu, no interior de São Paulo. Segundo o primo de Bruna, Davi Leonardo, 35, essa foi a segunda vez que ela esteve no Recife.“Na primeira ela era criança e tomou banho de mar”, contou. Enquanto aguardava notícias do estado de saúde da filha, a mãe dela era amparada, no HR, pelas tias e pela prima, que também estava no momento do ataque.
“Ela perdeu muito tecido tivemos que amputar parte da perna esquerda”, explicou a cirurgiã Cláudia Albuquerque, em entrevista concedida no início da noite. Segundo a médica, Bruna também perdeu uma grande quantidade de sangue e chegou ao HR inconsciente. A paciente chegou ao HR às 15h02, cerca de duas horas após o ataque. Na hora em que teve a perna amputada, Bruna já havia sofrido três paradas cardíacas, uma na UPA, outra a caminho do HR e a terceira na mesa de cirurgia, afirmou o cirurgião Eli Marcos.
Com o caso de ontem subiu para 59 o número de ataques registrados pelo Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit). De acordo com a presidente do Cemit, Rosângela Lessa, o mês de julho é o que registra a maior incidência, com um total de nove casos incluindo o de ontem, o que representa 15% do total até agora. “É um mês chuvoso e de águas turvas. Além disso há um descarga dos rios com muitos sedimentos, o que favorece a presença do animal”, revelou. O local onde ocorreu o incidente foi nas proximidades da Pracinha de Boa Viagem em frente ao Edifício Ana Bela, 4772. “Infelizmente ela estava numa área onde não há proteção dos arrecifes e existem correntes de retorno, que aumentam as probabilidades do banhista ser arrastado para um local mais fundo com risco de afogamento e ataque. Mesmo com toda a sinalização das placas as pessoas nunca acreditam que pode acontecer”, ressaltou.
Último caso
A morte mais recente por ataque de tubarão no estado tinha sido registrada em junho, na Enseada dos Corais. José Rogério Tavares da Silva, 41 anos, foi visto pela última vez na companhia de uma mulher, na tarde do dia 25 daquele mês, depois de ingerir bebida alcoólica. O corpo foi encontrado apenas três dias depois, na Praia do Paiva, ainda com roupas, mas com grandes marcas de mordidas, em especial nas pernas, o que levou à conclusão do IML de que a causa da morte teria sido a hemorragia dos ferimentos e não um afogamento seguido da ação do peixe.
SAIBA MAIS
59 vítimas de ataque desde o início da contagem, em 1992
31 surfistas
28 banhistas
24 mortes
35 feridos
53 Homens (89,8%)
2 Mulher (3,4%)
4 Não identificado (6,8%)
Trimeste
10 Jan-Mar (16,95%)
18 Abr-Jun (30,51%)
19 Jul-Set (32,20%)
12 Out-Dez (20,34%)
Cidade
27 Recife (45,76%)
21 Jaboatão dos Guararapes (35,59%)
06 Cabo de Santo Agostinho (10,17%)
03 Olinda (5,08%)
01 Paulista (1,7%)
01 Goiana (1,7%)
FONTE>> DIÁRIO DE PERNAMBUCO
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