O ex-policial
Marcos Aparecidos dos Santos, o Bola, foi condenado a 22 anos de prisão
pela morte de Eliza Samudio. A sentença proferida na noite deste sábado
pela juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, depois de seis dias de júri,
coloca fim a mais uma etapa da trama criminosa que envolveu o goleiro
Bruno Fernandes e outros oito acusados. O réu foi sentenciado em 19 anos
de reclusão por homicídio duplamente qualificado, a serem cumpridos em
regime fechado, e três anos por ocultação de cadáver, a serem cumpridos
em regime aberto. Também pagará 360 dias multa na prisão e sem direito
de recorrer em liberdade para todos os crimes da condenação.
Na
dosimetria da pena, que é o cálculo do tempo de prisão, a magistrada
considerou que a culpabilidade do réu é grave, com uma conduta
acentuada. Ela citou que Marcos Aparecido foi aluno de escola para
carreira militar e fez parte do quadro de servidores do estado como
policial civil, portanto, “tinha plena consciência do seu ato”. Segundo a
juíza, o condenado “conta com demonstração de desprezo e impiedade da
vida humana”. A juíza disse que ele cometeu um “crime perfeito”: “Marcos
Aparecido dos Santos tratou de ocultar muito bem o corpo” e de acordo
com a magistrada, privou a família de Eliza de fazer um sepultamento
digno.
Mesmo sendo réu primário, a magistrada considerou Bola
com “maus antecedentes”, pois ele responde por outros crimes como
homicídio e tortura em Esmeraldas e Belo Horizonte. “O réu executou e
ocultou o corpo de Eliza porque certamente foi pago para isso. O crime
de homicídio foi premeditado e a vítima ardilosamente atraída para esse
estado. Resta claro o desvio de caráter do réu. “A vitima foi
assassinada com requintes de crueldade. Ela teve sua vida ceifada
deixando uma criança”, completou Marixa Rodrigues. Este foi o terceiro e
mais longo julgamento sobre morte a jovem paranaense. Em 15 de maio
deste ano, ainda serão julgados dois réus pelo sequestro e cárcere
privado de Bruninho, o filho do goleiro e de Eliza.
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