Uma
semana de luto nacional e todas as aulas suspensas até a próxima
sexta-feira, quando o corpo de Hugo Chávez, morto aos 58 anos, será
velado com a presença de chefes de Estado. A morte do presidente, após
meses de luta contra um câncer na região pélvica, sacudiu a capital
venezuelana, onde algumas centenas de chavistas tomaram as ruas na
noite desta terça-feira, após o anúncio do vice, Nicolás Maduro. Nos
arredores da Praça Bolívar, a principal de Caracas, momentos de um luto
silencioso se misturaram a outros de entoação do hino nacional,
alternado com palavras de ordem como "Chávez fica, não vai embora".
Motoqueiros
também se espalharam pelas ruas da capital levando bandeiras do país.
Nos edifícios públicos, bandeiras nacionais foram hasteadas a meio
mastro. Em uma das principais avenidas, opositores que estavam
acampados tiveram seus bens queimados e foram desalojados. A segurança
foi reforçada na porta do Hospital Militar Carlos Arvelo.
Durante
a noite, o chanceler venezuelano, Elías Jaua, convocou a população a
se concentrar na Praça Bolívar em homenagem ao presidente. Jaua também
garantiu que a Carta Magna venezuelana será respeitada e pediu aos
veículos de comunicação que "fomentem a paz" entre o povo.
"Faremos
o que Hugo Chávez nos pediu para fazer e respeitaremos a
Constituição", disse ."Apesar do impacto doloroso, o luto está em
absoluta normalidade. Preservemos o maior legado de Chávez, a paz".
Os
restos mortais de Chávez serão transladados desde hospital militar até
a Academia Militar. O corpo permanecerá no local até sexta-feira,
quando será realizada a cerimônia oficial, com a presença de diversos
líderes.
Menos de uma hora após o anúncio da morte de Hugo
Chávez, o ministro da Defesa da Venezuela, Diego Molero, foi à TV
manifestar seu apoio a Maduro, e ao presidente da Assembleia Nacional,
Diosdado Cabello. Em rede nacional de rádio e televisão, Molero afirmou
que que as Forças Armadas estão unidas e que o governo pode contar com
seu apoio.
Mais cedo, as aulas da Universidade Central da
Venezuela foram suspensas. Laura Rosales, uma jovem de 24 anos,
estudante Filosofía, contou que o anúncio foi feito durante a aula, por
um professor.
Anúncio emocionado de Maduro
Pouco mais de
dois meses depois de se submeter à quarta cirurgia em 20 meses para
combater um câncer na região pélvica, o presidente da Venezuela, Hugo
Chávez morreu nesta terça-feira, em Caracas, aos 58 anos, às 16h25m
(horário local). Ele havia regressado há pouco mais de duas semanas de
Havana, onde permanecia internado desde a operação, mas não foi visto em
público. O anúncio foi feito pelo vice-presidente, Nicolás Maduro, que
falou em cadeia nacional de TV e rádio no hospital militar em Caracas
onde o presidente venezuelano estava internado.
Chávez deixa como
herança uma pátria livre e independente. Temos que crescer nesta dor.
Comandante Chávez, obrigado por tudo o que fez por este povo. Pedimos
que nossa dor seja canalizada em paz, com tranquilidade. Convocamos
todos os venezuelanos a ser vigilantes da paz, do respeito, da
tranquilidade desta pátria. Transmitimos a seus familiares e a todo povo
nossa dor nesta tragédia histórica - afirmou Maduro.
Emocionado, Maduro chorou durante o pronunciamento.
"Os que morrem pela vida não podem ser chamados de mortos. Honra e glória para Chávez, que viva para sempre".
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