O Sindicato dos Trabalhadores dos Correios e Telégrafos em Pernambuco (Sintect-PE), em assembleia realizada na noite desta terça-feira (18) no Recife,
decidiu aderir à greve nacional por tempo indeterminado no estado. A
paralisação deve começar à meia-noite da quarta (19) e a estimativa é de
que uma média de 90% dos trabalhadores cruzem os braços. Além de
reajuste salarial, a categoria reivindica a contratação de novos
carteiros, discussão sobre a questão de plano de saúde e mais segurança
nas agências.
De acordo com o delegado sindical, Mauro Botelho, um número grande de
trabalhadores compareceu à assembleia na sede do sindicato. Já nesta
quarta-feira (19), às 10h, está marcada uma audiência de tentativa de
conciliação em Brasília para a apresentação de alguma proposta. “A
empresa disse que encerrou a negociação e a categoria ficou revoltada.
Ela ofereceu 3% de aumento salarial, mas a categoria em todo o país não
aceitou. Os sindicatos do Rio e São Paulo, que não representam a maioria
dos trabalhadores, apresentaram uma proposta de 10%, 5% de ganho real e
5% de perdas salariais referentes ao período de um ano. A empresa
aproveitou e rebaixou a proposta para 5,2%, o que revoltou até os
sindicatos que apresentaram a proposta anterior”, explicou Botelho.
O índice aprovado pela categoria no congresso dos trabalhadores,
realizado em junho em Fortaleza, foi de 43%. O percentual inclui perdas
salariais de campanhas passadas, ganho real, percentual de melhorias nas
condições de trabalho e questões relacionadas à saúde. “Não é só a
questão do salário, essa questão da saúde é muito importante. Hoje os
trabalhadores pagam o plano de saúde por um tabela de acordo com o
salário e a empresa quer fazer com que eles comecem a pagar um
percentual maior, passar a terceirizar o plano para a empresa operar ao
modo dela baseada na ANS [Agência Nacional de Saúde] e isso significa
que o trabalhador vai ter que contribuir com um percentual bem maior
descontado no salário”, comentou o delegado sindical. O piso salarial
atual da categoria no estado é em torno de R$ 950.
Segundo Botelho, a informação repassada na assembleia foi de que 23 estados teriam aderido à greve. Em Pernambuco,
são 3.800 trabalhadores nos Correios e outra reivindicação da categoria
é a contratação de mais profissionais. “A empresa diz que contratou 16
mil só que a realidade é outra. Vários carteiros reclamam que faltam
trabalhadores no setor deles, a sobrecarga é grande”, disse. Outra luta
antiga, segundo Mauro Botelho, é a melhoria da segurança nas agências
por conta dos assaltos.
O sindicato acredita que, no primeiro dia, em cada setor de trabalho a
média de adesão deve ser cerca de 90% dos trabalhadores. Ainda na
quarta, haverá uma assembleia para avaliação da greve, às 17h. O
delegado sindical também informou que logo no inicio da manhã, por volta
das 5h30, funcionários que aderiram à greve devem tentar sensibilizar
outros trabalhadores que não participaram da assembleia para se unir na
paralisação.
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